sábado, 12 de abril de 2014

TOP 10: Grandes histórias do Batman

Bruce Wayne teve os pais assassinados em um assalto, se tornando um feroz combatente do crime em Gotham City. E quem diria que isso já tem 75 anos! Um dos personagens mais antigos dos quadrinhos, Batman teve momentos memoráveis e fascina pela inteligência que supera a falta de qualquer superpoder. A Trincheira Nerd homenageia esse querido velhinho, selecionando 10 histórias imperdíveis do Morcegão.

10º lugar: LOUCO AMOR

Paul Dini e Bruce Timm eram da equipe de animação do desenho animado do Batman e foram convidados pra fazer uma edição especial. E eles ganharam 2 prêmios Eisner por isso. Em Louco Amor é contado como a psiquiatra Harleen Quinzel conheceu o Coringa e se apaixonou por ele. Como é mostrado no final da história, um amor louco mesmo. Aqui ela também executa um plano quase perfeito pra matar o Batman, deixando o “pudinzinho” com ciúmes. Segundo palavras de Frank Miller, esta é a “melhor história do Batman nos anos 90”.

9º lugar: CACOFONIA
Escrita por Kevin Smith, é uma minissérie em que somos apresentados a um novo assassino chamado Onomatopéia, que simplesmente não se comunica e não sabemos suas intenções durante toda a história: tudo o que sabemos é que ele faz os sons das suas armas, quando são utilizadas: “Bum” quando dispara uma arma, “Swisss” quando corta alguém e por aí vai. Batman pensa que o assassino é um vigilante que está fazendo justiça com suas próprias mãos; o Coringa acha que é um sujeito louco que nem ele. Outra coisa legal é um Batman obcecado em tentar entender o motivo de Onomatopéia realizar suas ações em Gotham, se ele poderá ser considerado um futuro aliado ou mais um vilão em sua galeria de psicopatas.

8º lugar: O MESSIAS
Graphic novel de 1988 escrita por Jim Starlin e desenhada por Bernie Wrightson, “O Messias” é a história que melhor aproveitou um Robin até hoje. E olha que era o Jason Todd. Robin poderia funcionar bem com Batman se abordado sempre dessa forma, o que infelizmente não ocorreu, ocasionando o “dedo para baixo” dos leitores que votaram para que ele morresse nas mãos do Coringa na série “Morte Em Família”. A história não tem nenhum vilão conhecido, mas o Diácono Blackfire é um dos personagens mais bem escritos na trajetória do Batman. Depois de um pesadelo, Batman acorda acorrentado e nos esgotos de Gotham. Não dá pra saber há quanto tempo está ali, talvez uma semana. Ele foi preso pelo Diácono Joseph Blackfire, líder de uma seita que vem juntando mendigos da cidade pra assassinar criminosos. Mas por trás dos ideais de paz tem um plano pra ganhar a confiança do povo e dominar a cidade. Ver o Batman, um personagem superinteligente, ser lobotomizado e usado por um vilão é demais. Mas o problema é que isso não foi feito por um vilão conhecido. A sequência final mostra ação com violência difícil de se ver, onde Batman fica contente com a violência usada contra um dos inimigos.

7º lugar: O FILHO DO DEMÔNIO
Batman se alia ao vilão Ra’s Al Ghul pra derrotarem um inimigo em comum. Com isso ele volta a se envolver com Talia, a filha do vilão, que acaba engravidando. Batman muda seu comportamento, protegendo Talia e pondo a missão em risco, obrigando Talia e Ra’s a simular um aborto. Bruce volta desiludido pra Gotham, enquanto Talia dá a luz um menino e o entrega à adoção. Publicada em 1987, a história causou polêmica por trazer um filho do Batman. Primeiro todo mundo considerava parte da cronologia do personagem. Depois de Crise nas Infinitas Terras ela não valia mais. Mas, em suas histórias, Grant Morrison recuperou esses elementos. É a salada de sempre da DC...

6º lugar: AS 10 NOITES DA BESTA
Com o fim da União Soviética, o KGBesta e um ajudante vão à América para um último ato de glória: matar os envolvidos no famoso “Projeto Guerra Nas Estrelas”. A lista vai de cientistas até o presidente dos EUA. Desembarcando em Gotham, KGBesta começa a matar os envolvidos com o projeto, mas Batman vai em seu encalço, iniciando uma corrida contra o tempo pra evitar a matança do soviético. A devoção do KGBesta em terminar o serviço é tanta que ele corta a sua própria mão pra escapar do Batman. Interessante é quando o Batman prende o KGBesta no esgoto, o abandonando para a morte. Dá pra considerar essa “morte” no currículo do Morcegão?

5º lugar: CORINGA – ADVOGADO DO DIABO
O correio de Gotham resolveu fazer uma coleção de selos, homenageando os maiores comediantes da história, mas Coringa não está na coleção (por quê?). Irritado, ele invade o correio e exige um selo em sua homenagem, senão ele metralha todo mundo. Preso pelo Batman, ele também acaba acusado de uma série de crimes envolvendo esses mesmos selos, onde as vítimas morrem ficam pálidas e com um sorriso no rosto. Mas em vez de ser mandado pro Asilo Arkham, ele é condenado à cadeira elétrica. Batman sempre quis acabar com o Coringa, mas não tinha coragem pra isso, e agora ele seria condenado pela lei. Mas em sua investigação, Batman descobre que o Coringa não é o culpado. Ele busca provas pra inocentar seu maior inimigo, enquanto o Coringa está adorando a publicidade que sua execução está causando.

4ºlugar: MORTE EM FAMÍLIA

Escrita por Jim Starlin e desenhada por Jim Aparo em 1988, essa história virou um clássico do Batman meio que sem querer. Quando o Dick Grayson se uniu aos Novos Titãs, mudou sua identidade de Robin para Asa Noturna. Daí, os editores do Batman tiveram a idéia de criar um segundo Robin (como se ele dependesse disso). Então, surgiu Jason Todd, outro órfão acolhido por Bruce Wayne pra ser treinado no combate ao crime (originalidade é tudo). Mas a coisa não funcionou, já que o novo Robin não tinha nada de novo. Depois de Crise nas Infinitas Terras os editores mudaram a personalidade de Jason Todd, transformando-o em um jovem arrogante e violento, que agia sem pensar. Esperavam melhorar o personagem mas conseguiram foi aumentar a rejeição que ele tinha. Aproveitando a popularidade do Homem-Morcego naquela época, decidiram então criar esse arco, onde o Coringa arrebenta o menino prodígio. O final da história, se Robin morreria ou não, seria decidido pelos fãs através de uma votação por telefone. O resultado decretou a morte de Jason Todd. Mas além disso, é uma história que prende o leitor, onde Jason descobre que sua biológica está viva. Na busca por ela, acaba se envolvendo com terroristas no Oriente Médio e num esquema que quer transformar o Coringa em Embaixador do Irã na ONU. Atualmente ele até retornou como o Capuz Vermelho, mas nosso 4º lugar será pra sempre “A Morte de Robin”.

3ºlugar: ANO UM
Na reformulação pós-Crise, Frank Miller e David Mazzucchelli foi a dupla escolhida pra recontar a origem do Batman. Bruce volta a Gotham depois de muitos anos, disposto a acabar com o crime com as próprias mãos. Quase morrendo na primeira tentativa, ele decide criar uma identidade que meta medo na bandidagem. Nada da origem original (rapaz, essa ficou boa, não vou nem corrigir) criada por Bob Kane e Bill Finger em 1939 foi mudado, só colocaram nosso herói numa cidade com mafiosos, crime por toda parte e uma polícia corrupta, de onde ele só tem a ajuda do Tenente Gordon, que também tem tantos problemas na história que às vezes parece ele ser o personagem principal. Também temos aqui a aparição de Selina Kyle (Mulher-Gato) como uma prostituta lésbica que decide ser ladra. Ano Um inspirou muito do que vemos em Batman Begins. Pena que não tinha a Mulher-Gato sapatona...

2º lugar: O CAVALEIRO DAS TREVAS

Em um futuro não tão distante, Bruce Wayne tem 50 anos e deixou de ser o Batman há 10. Mas a violência de Gotham o tira da aposentadoria. Sua volta faz outros também quererem tirar o pó das canelas, como Duas-Caras e Coringa. Recebendo a ajuda da garota Carrie Kelly, que se torna a nova Robin (ebaaa, finalmente alguém que faça justiça praquela tanguinha verde), o velho Morcegão parte pra cima dos bandidos novamente. Só que ele acaba sendo considerado um fora-da-lei, obrigando o presidente americano Ronald Reagan a convocar o Super-Homem pra dar um jeito na situação. Um recurso interessante usado aqui são as chamadas dos telejornais pra dar prosseguimento à história. Produzida por Frank Miller e publicada em 1986, essa história acabou definindo a versão do Batman que conhecemos hoje, sombrio e violento. E gostem ou não, o Batman é muuuuuito mais legal assim.

1º lugar: A PIADA MORTAL
Alan Moore já era um fenômeno nos anos 80 por causa de V de Vingança e Watchmen. Escreveu histórias de super-heróis que estão entre as melhores dos personagens, como Super-Homem e Monstro do Pântano (genial). Seria diferente logo com Batman? Junto com Brian Bolland, produziu em 1987 essa graphic novel, que mostra o Coringa querendo provar sua teoria: pra ser louco como ele, basta ter um dia ruim. E a vítima escolhida é o Comissário Gordon. Depois de balear sua filha Barbara (e sem querer acabar com a Batgirl), o Coringa sequestra o Comissário com o objetivo de enlouquecê-lo, através de imagens de Barbara baleada e possivelmente estuprada. A história mostra flashbacks que contam a origem do vilão. Uma edição que retratou a loucura do Coringa como nenhuma outra havia feito, mostrando que o Batman não é tão diferente dele tanto assim.

Pra encerrar, agradeço aos brothers Reginaldo e Adalton pela ajuda, afinal um nerd nunca caminha sozinho. Até o próximo Top 10. Ou Top 5. Ou 20...tá, tá, até o próximo post.
See ya later...

9 comentários:

  1. Sacrilégio.........dos brabos
    Como Advogado do Diabo,historinha besta e sem pé nem cabeça pode ser melhor do que As Dez Noites da Besta, Messias e O Filho do Demônio ???
    Devo lemba-lo da imponencia do diacono Blackfire,um homem que muito antes de Bane conseguiu quebrar Batman (pelo menos em nivel mental),além de promover uma verdadeira guerra civil em Gotham,com uma iconica cena escrita pelo mestre Jim Starlin,onde Robin encontra um Batman ensandecido sentado sobre uma pilha de ossos humanos gritando: Bem vindo ao Inferno !!!...memorável
    ou refresca-lo da inesquecivel Filho do Demonio,onde Batman salva seu arquinimigo Ra´s Alghul,traça a gostosa da Thalia Alghul e ainda tem um filho com ela,esse rebento álias aparece no Reino do Amanhã e ainda é reaproveitado por Grant Morrison como um Robin.
    Além do mais....kd a belissima grafic novel Ailo Arkham ou o Longo Dia das Bruxas ????


    Ahhh herege,a fogueira te espera !!!

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    1. Não gosto de "Asilo Arkham" justamente por causa do Batman.
      Tudo sobre ele foi desconsiderado. É difícil acreditar que ele, um grande estrategista, ia agir sem um plano numa situação de motim com reféns. E digo mais: onde que um mestre em artes marciais, um dos melhores lutadores da DC, quase ia morrer estrangulado por um psiquiatra? "Messias" infelizmente é meio esquecida, mesmo com o sensacional Blackfire, mas cadê ele hoje? "Filho" eu deixo lá atrás justamente por causa da bagunça que a DC inventa a cada 2 anos. Bem capaz que amanhã o filho dele não conta mais de novo. No caso de "As 10 noites", coloquei por gostar dela, assim como "Advogado", onde eu curti o lance do Batman querer inocentar o Coringa. E pra finalizar, listas são listas, e essa é a minha hehehe. Até mesmo eu, quando fizer outra, com certeza vou discordar dessa e tirar alguma pra acrescentar outra. Sossega, jovem mancebo, aguarde a próxima. Pode ter a quadrinização de Batman Eternamente nela...

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  2. "Pode ter a quadrinização de Batman Eternamente nela"

    BLASPHEMYYYY..............

    Asilo Arkham é uma das mais belas hqs lançadas entre os anos 80 e 90,sua importancia esta definida por si só em sua complexidade,e coragem...Grant Morrison foi no amago do personagem,apresentou nuances nunca antes exploradas,toda essa balela de maior detetive do mundo,maior mestre de artes marciais do mundo,maior pica do mundo não é nada,diante do simples e fodastico fato de que estamos falando de um sujeito que se veste de morcego,e que tem um vislumbre por um unico momento de que talvez ele não passe de um lunatico,assim como aqueles amotinados que ele acumulou dentro do Asilo,e toda a sua loucura vem a tona quando ele se defronta com cada um deles,é um embate psiquico,espiritual,simbolico(nada de diferente dos inumeros embates entre Batman e o Espantalho,onde o Batman só falta chorar)...esta longe daquela desgastada formulinha de gibi de ação em que Batman entraria no asilo e sentaria porrada em meio mundo.A arte de Dave Mckean somente fortalece toda essa aura sombria e angustiante conduzindo a história como um pesadelo sinistro.Paralelamente é apresentada a origem do asilo,e de seu fundador Amadeus Arkhan, mostrando por si só que aquele asilo é um lugar amaldiçoado,um ente vivo que interage com o bat-universo.
    Enfim,é um convite à um banquete de sentidos,ideias e dialética.
    Quanto ao Diacono Blackfire,ele esta enterrado a 7 palmos,os mendigos o mataram.
    ps: se houver uma próxima não se esqueça da Queda do Morcego...tão foda que foi retratada no cinema.
    "Advogado" é bobinha,reitera o status quo de justiceiro lutando em nome da moral e dos bons costumes,em nome da lei,mas se ele fosse tão fervoroso defensor da lei como as vezes alguns autores gostam de mostrar ele abandonaria a vida de Vigilante Mascarado,dado que isso é contra a lei hehe.
    Enfim...

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  3. Não acho Asilo Arkham uma HQ ruim, só não entrou na minha lista. Gosto da loucura que os desenhos do Dave McKean transmitem, mas o problema com Grant Morrison é que ele viaja demais nos próprios conhecimentos e muitas referências só ficam claras pra quem possui os mesmos conhecimentos. Se já é complicado quando ele usa referências de histórias que foram publicadas há mais de 30 anos, imagine ao usar coisas como cartas de tarô. Claro que os fãs de misticismo adoram, mas sinceramente não é a minha praia. Muitas vezes a impressão que eu tenho do Morrison é de que ele usa os quadrinhos apenas pra mostrar o quanto de conhecimento de ocultismo/quadrinhos antigos ele possui. Ademais, Queda do Morcego já tá no pente. E quanto a "Advogado", é bobinha e eu curto. Assim como tem muito fã ardoroso da bobeira que é o seriado dos anos 60 hehehe

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  4. ps: sabia que o Batman mata o Coringa ao fim da Piada Mortal ?

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    1. Sim. Tenho a edição de luxo com um posfácio do Brian Bolland. Segundo palavras dele: "Enquanto nosso protagonista fica na chuva rindo da piada, as luzes da polícia refletem na água suja no chão e a mão do Batman alcança --". Teríamos a visualização disso?

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  5. Não.Alan Moore escreveu a cena,Brian Boland deu um toque tão sutil,que é quase imperceptivel,na verdade o lance é que as risadas cessam repentinamente,deixando para quem quiser acreditar que o Batman quebra o pescoço do Coringa....por isso se chama a Piada Mortal,ele a conta e morre
    Grant Morrison foi quem jogou no ventilador essa,em uma entrevista com o Kevin Smith...seja como for,verdade ou mentira,Alan Moore não é desse mundo

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  6. Ora, ora. Bolland inicia e Morrison completa a fofoca. Mas Moore já disse algo sobre isso?

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    1. Não...Moore não da muitas entrevistas sobre seus trabalhos anteriores a não ser se for pra criticar a DC e todo mercado de quadrinhos,Holywood,a politica e a porra toda.
      Enfim...o barbudo é um gênio inegável, mais de 25 anos após o lançamento de Piada e aqui estamos nós nos surpreendendo com sua metalinguagem

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