quinta-feira, 12 de junho de 2014

A HISTÓRIA DOS SUPER SENTAI - PARTE 5

OS SENTAIS AMADURECEM

Super sentai de novo na área. Pra quem perdeu as outras postagens ou é daqueles que não lê esse blog (como a grande maioria), chegamos aqui ao finalzinho dos anos 80 e comecinho dos 90. As próximas quatro séries estão entre as melhores do gênero em relação a produção. A temática adulta predomina entre elas, abandonando um pouco os temas espaciais. Deixaram de ser “coisa de criança”, principalmente Liveman e Jetman. Simbora então dar uma olhada em uma de cada vez, né?


LIVEMAN
Choujuu Sentai (Esquadrão Super-Feras) Liveman é a 10ª série Super Sentai, produzida em 1988, com 49 episódios. Fez um enorme sucesso no Peru e na França foi chamada de Bioman 3 em uma jogada de marketing semelhante à ocorrida no Brasil, onde Spielvan foi chamado de Jaspion 2.
O centro da história é uma academia de ciências, onde três estudantes desenvolvem um traje chamado Liveman e o testam em dois amigos. Porém, outros três alunos da academia se aliam ao império de gênios do mal do Dr. Bias e matam os dois irmãos com os trajes. No dia da formatura, os gênios do Império Volt aparecem e destroem toda a academia. Os três estudantes que desenvolveram os trajes Liveman os pegam e passam a usá-los pra defender a Terra. Com o passar da série, o Império Volt fica mais forte, fazendo os irmãos caçulas dos dois estudantes mortos no início da série retornarem pra vingá-los, completando o esquadrão das super-feras. Liveman chama a atenção pela consistência dos roteiros, que muitas vezes criam ótimos episódios. Ao longo deles, é comum ver alguns vilões modificando o próprio corpo pra ter mais poderes. Liveman é uma série onde os vilões são muito mais bem trabalhados que os heróis. 
A vilãozada ganhou grande destaque na série.
Na tecnologia ela conseguiu desenvolver bem os efeitos luminosos criados a partir de Flashman e Maskman. Criou-se uma técnica onde, logo após a morte do monstro, os efeitos luminosos encobriam a explosão falsa da filmagem real. Assim, não precisava mais usar uma cópia de porcelana do monstro pra explodi-la, um dos piores efeitos, por sinal, muito usado em Changeman. O resultado seria parte dos efeitos especiais de muitos sentais no futuro.


TURBORANGER
Kousoku Sentai (Esquadrão de Alta Velocidade) Turboranger é a série Super Sentai de 1989. Teve 51 episódios, 1 especial de cinema e um capítulo Zero, exibido uma semana antes da série. Nele, as equipes anteriores, a partir de Battle Fever J, aparecem pra saudar a (até então) mais nova equipe de defensores da Terra. Uma nova moda surgiu nessa série: em vez de um tema central, até três assuntos diferentes podiam ser vistos desenvolvendo a história daqui pra frente. Com Turboranger, havia o clima escolar, o tema de carros e velocidade e a ecologia. A vantagem disso era trabalhar melhor os personagens. Tínhamos, por exemplo, no lado do tema escolar a professora Yamaguchi e os futuros vilões Nagareboshi e Tsukikage. Na preservação ecológica havia o professor Dazai, a simpática fadinha Sealon e Lakia, um animal lendário protetor da Terra, os três aliados dos Turborangers, cinco colegiais que usavam poderes baseados em veículos.
Turbo Robô, formado pelos carros do pessoal colorido.
Por ser a primeira com tanta variedade, Turboranger foi uma série curiosa, em que é difícil saber qual a próxima surpresa. Pra se ter uma ideia, praticamente todos os vilões que aparecem no início do seriado são derrotados e substituídos na metade da série, que de descontraída passou a ser pesada. Surpresas também vimos com relação aos robôs gigantes pra comemorar o décimo aniversário dos super sentai (contando a partir de Battle Fever J). Já era comum as equipes combinarem dois robôs em um maior, mas Turboranger inovou dando uma forma de combate até pra sua base Turbobuilder, a gigantesca fortaleza móvel dos veículos da equipe. Quando unida aos dois outros robôs do grupo, gerava a Turbobuilder Robot Mode, exageradamente gigantesca.
Super Turbobuilder: maior, impossível.

FIVEMAN
O bom resultado dos efeitos especiais de Liveman e Turboranger fez com que o sentai seguinte, Chikyuu Sentai (Esquadrão Terrestre) Fiveman, de 1990, os usasse além das simples explosões, como na montagem do Five Robô. Nos dois casos dá pra reparar um grande progresso a partir dessa série: velocidade na ação. Dá pra manter o ritmo de uma série sem aquele lenga-lenga de esperar meia hora pro robô ficar pronto.
Arthur G6, o robô-babá.
No enredo, contado em 48 episódios, o Dr. Hoshikawa estava tentando encontrar uma forma de transformar o planeta Sedon em um planeta com vida. Eis que o grupo Zone chega e destrói seu laboratório. Depois disso ele e sua esposa ficam separados de seus cinco filhos. O Dr. Arthur G6, robô assistente do Dr. Hoshikawa, passa a criar seus filhos pra quando crescerem lutarem contra o Império Zone. A importância do robô Arthur é tão grande quanto a de Mag pros Flashman. Outra coisa interessante é que os cinco irmãos guerreiros são professores.
Pois é, na galeria de vilões tínhamos um monstrão catarrento.
O Império Zone cruza o universo na Base Galáctica Vulgyre, atacando mundos com seus Guerreiros Galácticos. Até agora, destruíram 999 planetas e a Terra está prestes a ser o milésimo. Quando o Império Zone destruir o seu milésimo planeta, a Imperatriz Medow terá o benefício da vida eterna. Será que conseguirá????


JETMAN
Choujin Sentai (Esquadrão Homens-Pássaros) Jetman foi a 13ª série Super Sentai, produzida em 1991. Ao todo tem 51 episódios. Chamou a atenção do público jovem adulto mais que qualquer outra, por ter um contexto mais sério. A série é tida por muitos fãs do gênero como o melhor Super Sentai já produzido. Outra das coisas boas de Jetman é o acabamento nos uniformes, As máscaras ganharam detalhes nunca antes vistos. Talvez o único defeito seja que na série recorreram às famigeradas “cordas invisíveis” pra dar o efeito de voo dos heróis, o que a gente não via desde Changeman hehehe.
Os super-passarinhos com a Comandante Aya.
Os cientistas da Sky Force, um departamento militar de defesa, descobrem uma energia chamada Birdonic. Eles procuram uma forma de transplantar tal energia nos humanos. A comandante Aya Odagiri (primeira mulher a chefiar um esquadrão) escolhe 5 pessoas pra fazerem parte do tal projeto, dentre eles o casal Ryu Tendo e Rie Aoi. Logo depois de Ryu ter recebido a energia Birdonic, a base da Sky Force (numa estação espacial) é atacada pelas forças de Vyran, e Rie é sequestrada. Os padrões de energia restante se espalham aleatoriamente pelo Japão e atingem quatro civis. Aya e Ryu partem na busca das pessoas atingidas. Com alguma relutância inicial dos quatro membros restantes, é formado o Esquadrão Homem Pássaro Jetman, que luta contra a invasão de Vyran, comandada por Radiguet.
O seriado tem uma temática adulta, mas um dos vilões é um moleque. Vai entender...
A construção dos personagens era incomum na época: Kaori (White Swan - Cisne) é uma garota rica que se uniu aos Jetman pra fugir dos dias monótonos que passava; Ako (Blue Swallow - Andorinha) quer se casar com um cara rico. Primeiramente se juntou aos Jetman se pagassem 1.800 ienes por hora e que fosse por meio expediente (hehehe, olha o Aranha aí). Mas na primeira luta, despertou seu senso de justiça, fazendo-a lutar como uma guerreira (e de graça); Raita (Yellow Owl - Coruja) é o bonachão, lembra bastante o Yellow de Goggle V, pois é o falso gordinho que é forte; já Gai (Black Condor) é o encrenqueiro que adora brigar e com muitos problemas com a polícia. No começo brigava com Ryu, mas com o tempo foi ficando mais calmo e ambos se tornaram amigos. Chegou a namorar Kaori durante a série, mas no final ela acaba casando com Ryu (Red Hawk - Gavião), que acabou perdendo a namorada Rie durante a trama. Aliás, o final da série é trágico, pois três anos após destruírem Vyran, eles comemoram o casamento de Ryu e Kaori. Ao se dirigir para o casamento, Gai tenta impedir um assalto, mas é esfaqueado. Mesmo assim ele acaba chegando à festa, ferido mas fingindo que não é nada, e acaba morrendo.
Gai fingindo estar tudo bem antes de morrer. Só não me pergunte
porque ele foi pro casamentro ao invés do hospital.

Realmente é uma pena que essas séries não desembarcaram por aqui. As constantes repetições de Changeman e Flashman esfriaram a empolgação pelos seriados japoneses. Felizmente é possível assisti-las hoje, basta dar uma garimpada na net. Pro próximo capítulo, começo a falar das séries que chegamos a ver por aqui, mas não do jeito oriental. Afinal, todas foram estragadas pelas adaptações americanas chamadas (argh) Power Rangers. See ya later...

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