quarta-feira, 15 de outubro de 2014

A HISTÓRIA DOS SUPER SENTAI PARTE 6

A ERA DA AMERICANIZAÇÃO

Muuuuuuuuuito bem, entrincheirados. O assunto das gangues de japas coloridos voltou. Se você é da turma que só acompanhou essas séries a partir de Power Rangers, então não leia as outras cinco postagens sobre o assunto, pois lá estão as velharias que não foram corrompid... digo, adaptadas pelos americanos. A partir de Zyuranger, todas as séries seguintes vieram pra cá como “Power Rangers Alguma-Coisa”. Então vamos lá pro início das cagad...ops, adaptações dos EUA.


ZYURANGER
Kyoryu Sentai (Esquadrão Dinossauro) Zyuranger é a série Super Sentai de 1992. Seus 50 episódios serviram de base para a criação da primeira temporada de Power Rangers (Hora de Morfar O MEU OVOOO). Temas como a Era Jurássica, contos de fada e espacial fazem parte do enredo, gerando uma mistura que incrivelmente não vira uma bagunça. Zyuranger ajudou a acabar com a temática adulta dos Sentais, usando a comédia mesmo nos vilões mais importantes. O maior exemplo disso é a Bruxa Bandora, maior inimiga dos heróis, interpretada pela sensacional Machiko Soga, conhecida por aqui como a Aracnin Morgana, de Jiraiya. Outros rostos conhecidos do público brasileiro são Shiro Izumi (Change Pegasus em Changeman), interpretando Dragon Ranger (o verde) e Takumi Hashimoto (Manabu em Jiraiya) como Tiger Ranger (o amarelo). Sim, no original a única mulher era a Ranger rosa.
170 milhões de anos atrás, durante a era dos dinossauros, as Dinoferas sofreram um ataque das forças do mal de Gran Satã, lideradas pela Bruxa Bandora. Ela odiava dinossauros e quis erradicar todas as espécies da face da Terra. Ao final da guerra, Bandora e seus lacaios foram presos dentro de uma urna mágica e banidos para o planeta Nemesis. Mas uma profecia dizia que após 170 milhões de anos, o planeta Nemesis iria se aproximar da Terra e Bandora iria fugir e transformar o nosso planeta em um cemitério. Então, cinco crianças dos cinco grandes reinos se ofereceram pra permanecer em um tipo de hibernação até o dia em que Bandora voltasse. Barza, o mago branco, os vigiou durante seu longo sono. No presente, Bandora consegue escapar graças a astronautas. Os cinco guerreiros foram despertados pra combater as forças do mal, e com o poder das Dinoferas se tornaram o Esquadrão Dinossauro Zyuranger.
Ahááá, e não é que o Manabu levou a sério os ensinamentos de Tetsuzan?
Uma inovação da série foi que cada Ranger, ao invés de ter um carro ou jato, tinha seu próprio robô. Com o surgimento dos mechas individuais, nasceu a modinha dos objetos de invocação. Cada guerreiro só poderia invocar seu mecha se possuísse o tal objeto relacionado a ele. Em Zyuranger, esses objetos eram os cristais Dynocrystals. Quando combinavam seus mechas, formavam o robozão Daizyujin. Outra inovação foi a chegada de um sexto membro, nesse caso o verde Dragon Ranger, fato que se tornaria costume nas séries posteriores. Como ele também tinha um robô, as combinações com os outros gerava novos robozões e mais e mais brinquedos.
Megazord não, Daizyujin...

DAIRANGER
Gosei Sentai (Esquadrão Cinco Estrelas) Dairanger é a 15ª série do gênero Super Sentai, produzida em 1993. A preguiça dos americanos os fez adaptarem a série pra ser a segunda temporada de Power Rangers. Foram 52 episódios para TV e 1 especial de cinema. Essa série possui um dos roteiros mais complexos e melhores trabalhados de todos os tempos, sendo que cada episódio está preso ao outro de um jeito nunca feito antes, sendo também a primeira a usar como tema a cultura oriental.
Dairen'oh é um dos trocentos robôs da série
Na história a tribo Gohma desperta nos tempos modernos após 6000 anos. No passado ela foi derrotada pela tribo Dai, o que garantiu a liberdade do restante dos povos. Agora, os Gohma querem dominar nossa atual civilização. Os Dairanger são a nova geração dos guerreiros da tribo Dai, mas os herdeiros legítimos da tribo Dai atualmente são muito poucos, no grupo apenas Ryou (o vermelho Ryuranger) e Lin (a rosa Hououranger) são descendentes. O fato de alguns mocinhos terem laços com os vilões gera surpresas até o fim da série.
Demônio Boxer Jin Matoba: um vilão muito casca-grossa
Outra coisa surpreendente em Dairanger é seu sexto integrante: Kou, o branco Kibaranger, é um menino de apenas nove anos, fato totalmente ignorado pela produção americana, onde o Ranger verde de Zyuranger é que vira o Ranger Branco. Deve ter amadurecido...
Só não me pergunte como Kou fica adulto no uniforme de Ranger Branco...


KAKURANGER
Já que a idéia de usar a cultura asiática deu certo em Dairanger, a série seguinte seguiu pelo mesmo caminho. Ninja Sentai (Esquadrão Ninja) Kakuranger, produzida em 1994, usou como tema o universo ultra-bacana dos ninjas. A série “Mighty Morphin Power Rangers” usou Kakuranger pra ser a 3ª temporada deles, mas no original japonês temos 53 episódios, além de 1 especial de cinema, um 1 curta-metragem (onde recebem uma ajudinha dos Fiveman, Jetman, Zyuranger e Dairanger) e 1 especial de vídeo (ao lado dos Oh Rangers).
A base dos heróis servia como barraca de crepes nas horas vagas. Sério...
O seriado usa várias criaturas do folclore japonês como monstros e vilões, onde o narrador daqueles teatrinhos de papel (Teatro Kamishibai) nos explica a lenda que envolve o monstro do dia. Com muito humor, Kakuranger ainda tinha as famosas onomatopeias nas cenas de luta, que nem no seriado do Batman nos anos 60. A inovação ficou por conta dos robôs individuais, que podiam lutar mesmo sem as conversões com os outros. Por exemplo, se um episódio tinha o Ninja Black como o principal, ele podia até mesmo derrotar o monstro gigante sozinho. A idéia de cada membro da equipe se transformar em um robô é interessante, mas o exagero em número de robôs das séries anteriores acaba deixando ela meio que comum.
Os Juushou Fighters e suas formas blindadas
Foi a partir de Kakuranger que a liderança só do guerreiro vermelho começou a balançar um pouco, tirando um dos clichês desse tipo de série e mostrando que os outros membros também tinham voz ativa.
O 6º membro nem era humano e mudava de forma depois que era insultado.
Percebam que os roteiros eram completamente diferentes dos Power Rangers, não tinham nada de “Malhação”. O mérito de Malha... digo, Power Rangers foi trazer os Super Sentai de volta ao Brasil. Mesmo que do jeito inferior que estamos acostumados a acompanhar. Mas viva a internet e as almas bondosas que costumam postar os episódios pra quem quiser garimpar. See ya later...

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