Alguns personagens de quadrinhos foram reinventados com sucesso ao longo dos anos, como o Super-Homem (que inicialmente não voava), os X-Men (que não tinham o Wolverine) e Batman (originalmente um aventureiro neurótico. Opa, peraí...). Em todos esses casos os roteiristas e desenhistas sempre respeitaram o conceito do personagem, já que foi assim que ficaram populares e uma mudança seria estúpida, porque assim você criaria um novo personagem.
O que não quer dizer que isso não aconteceu. Por exemplo...
5º lugar: JUSTICEIRO ANJO
Quase todos os heróis têm algum tipo de código moral, geralmente sobre assassinar seus inimigos. Os roteiristas fazem isso pra manter nossos heróis simpáticos e pra provar que eles são melhores do que os assassinos e vilões fantasiados contra quem eles lutam.
Mas os roteiristas receberam carta branca pra um herói. Um herói que parecia e agia como um vilão. Um cara cujo único poder é ser um louco com um monte de armas. Nenhum código. Nenhuma moral. Apenas "matar os caras maus". Esse herói é o Justiceiro.
É o único gibi tradicional totalmente irresponsável, onde praticamente todo mundo morre. É impressionante.
A reinvenção FDP:
Em 1998, pra aliviar o caráter, a Marvel decidiu matar Frank.
"Eu acabei de matar todo mundo. Merda, não tenho mais o que fazer." |
Nessa minissérie, o Justiceiro é trazido de volta à vida por Gadriel, um anjo da guarda que decide dar a esse assassino em massa uma chance de redenção - o que neste caso significa entregar-lhe armas angelicais e enviá-lo pra matar demônios. Seu novo trabalho também lhe dá invulnerabilidade e sentidos aguçados, onde ele deixa de ser o Justiceiro e se torna uma versão masculina de Buffy, a Caça-Vampiros.
Enquanto as armas mágicas brilhantes de Frank podem matar criminosos comuns, durante essa série ele as usa pra lutar contra as hordas do inferno, a fim de corrigir o seu karma e ter a chance de ver sua família novamente no céu. Este é o tipo de besteira que só poderia ter vindo da mente de um executivo de TV lançando um desenho animado amigável do Justiceiro e uma linha de brinquedos onde ele realmente não mata pessoas, mas ainda assim isso foi escrito e publicado pela própria Marvel.
No final da minissérie, o Justiceiro acaba como uma espécie de anjo da guarda, elaborado pra ajudar as pessoas que precisam, ao invés de apenas estourar as cabeças dos criminosos. E quando ele se depara com os criminosos, ele agora dá uma chance de eles se arrependerem e irem embora antes de despachá-los.
A idéia de ele ser um disciplinador angelical com armas era pra fazer o personagem mais simpático, mas isso matou o objetivo simples do personagem ("Matar todas as coisas "). Depois de mais uma minissérie, dessa vez com Wolverine como convidado, o Justiceiro foi trazido de volta ao normal. Felizmente o roteirista seguinte só precisou de três quadrinhos pra corrigir todos os danos.
Mesmo que seu criador tenha lhe dado uma fraqueza machista ridícula, a Mulher-Maravilha sempre foi grande. Numa lista de 10 super-heróis mais famosos de todos, ela não só estaria lá como seria a única mulher.
OI ZAZÁ... |
A reinvenção FDP:
Todas as coisas foram deixadas de lado entre 1968 e 1973, quando a DC decidiu atualizar a Mulher-Maravilha como uma detetive particular kung-fu, sem poderes ou uma fantasia. Ou, você sabe, qualquer coisa que possa justificar o uso das palavras "Mulher-Maravilha" na capa.
Embora a DC provavelmente estivesse tentando lucrar com toda aquela coisa de "feminismo" com essa mudança, tudo acontece por causa de um cara: em Wonder Woman nº 179, seu namorado Steve Trevor (o Lois Lane macho) fica em sérios apuros e ela tem que ajudá-lo. Enquanto isso, as amazonas anunciam que estão indo pra outra dimensão e que a Mulher-Maravilha tem que vir com elas se quiser manter seus poderes. Sabendo que Steve iria morrer dentro de dois dias se ficasse sozinho, MM desiste de sua fantasia e habilidades de amazona pra ficar com ele.
Felizmente ela não fica desamparada por muito tempo, porque ela imediatamente corre pra um cego chamado I Ching, que ensina seu kung-fu.
"O segredo do kung-fu é... Puta merda, por que meu braço esquerdo está branco?" |
Em uma aventura, ela luta contra um bando de lésbicas hippies que escravizavam crianças, provavelmente como resultado do editor pedindo uma história "arrancada das manchetes" e o roteirista combinando literalmente várias notícias juntas. Na maioria das vezes o nome Mulher-Maravilha não é sequer mencionado fora da capa, uma vez que todo o tempo ela usava seu apelido, Diana Prince.
Ironicamente, o mesmo movimento feminista que a DC desajeitadamente vinha tentando apelar foi responsável pela Mulher-Maravilha voltar ao normal cinco anos depois, quando começou uma campanha pública pra restituir seu traje clássico e poderes. A DC imprimiu rapidamente uma história onde I Ching é morto e Diana é atingida na cabeça e perde a memória dos últimos cinco anos, vagando de volta para a Ilha Paraíso. Provavelmente sua perícia com artes marciais foi revertida nesse ponto também, porque nada disso foi mencionado novamente.
Desde sua criação, o Incrível Hulk sempre foi um homem normal (Dr. Bruce Banner) lutando com seus demônios interiores, que são representados sob a forma de um monstro verde com um gosto por calças roxas.
O centro da história é ele ser forçado a viver como um pária, se escondendo dos militares, o que era muito difícil dada a sua tendência de crescer e esmagar coisas sempre que fica furioso. É esse paradoxo que faziam as histórias interessantes.
A reinvenção FDP:
Em 1991 a Marvel fez uma série onde Banner, através de sessões de hipnoterapia, cura-se de seus problemas de raiva... deixando-o como um professor de ciência de pele verde com 8 metros de altura. Assim, não só o Hulk pode formar frases coerentes como agora ele também usa roupas completas.
Mas essa reviravolta na essência do personagem não poderia durar muito tempo, certo? Na verdade, isso durou 8 anos, com Banner em sua forma de Hulk o tempo todo, porque ele não tinha realmente nenhuma razão pra voltar a ser um magrelo fracote. Não só isso, Hulk também se transformou em um super-herói pleno, juntando-se uma organização filantrópica chamada Panteão e, com o tempo, virando seu chefe.
Obviamente, o novo status social do Hulk exigia que ele se vestisse com classe:
Então, sim, ele não era realmente o Hulk no sentido tradicional. Ele ainda podia esmagar um tanque, mas preferiu usar seu cérebro antes dos punhos. Mas peraí, se ele é um gigante musculoso quando está calmo, o que acontece se ele fica realmente com raiva? Bom ...
2º lugar: TEMPESTADE PUNK
Tempestade é uma das mutantes mais populares dos X-Men (depois de Wolverine, Wolverine, Noturno e Wolverine) e também uma das mais poderosas, devido à sua incrível capacidade de controlar o tempo.
Originalmente, Tempestade foi tratada como uma deusa em sua terra natal na África devido aos seus poderes e benevolência, e mesmo depois de se juntar aos X-Men, ela se manteve serena e majestosa. Ela é uma senhora elegante, é o que quero dizer.
A reinvenção FDP:
O que acontece quando você combina Tempestade, punk rock e Mr. T?
Gosta de Sex Pistols? |
Como qualquer antropólogo formado pode dizer, a falta de piedade segue o moicano onde quer que ele esteja, e com a Tempestade não foi diferente. Ela simplesmente começou a detonar gangues inteiras apenas com as mãos apenas pra mostrar como ela pode ser durona.
A mudança foi concluída, alguns meses depois, quando ela foi atingida por uma arma de raios que tirou seus poderes. Isto seria muito legal, exceto que o ponto de estar nos X-Men é que os personagens são mutantes. É o primeiro critério pra ingressar e permanecer. Mas não só Tempestade fica como desafia um Ciclope amargurado pra uma luta pra ser líder da equipe. E ganha.
Imaginem recrutar essa doce e humilde menina estrangeira e observar lentamente ela se transformar em uma porra-louca. Suponho que os outros X-Men estavam com muito medo dela, com poderes ou não.
Uma vez que os anos 80 e a T-mania acabaram, Tempestade lentamente voltou pra sua personalidade de origem. Mas, por precaução, ninguém tem permissão pra assistir "Rocky III" na Mansão Xavier até hoje.
1º lugar: CAPITÃO AMÉRICA VIRA O CAPITÃO... NADA
Sim, o traje-bandeira praticamente diz tudo, e também o fato de que ele está socando o nazismo na cara - e não apenas Hitler, mas o próprio conceito do nazismo. Consta que, no momento em que o artista terminou de desenhar essa página, a mandíbula real de Hitler deslocou-se espontaneamente. Após a 2ª Guerra Mundial, o Capitão América trabalhou por um tempo, mas depois voltou nos anos 60 pra mostrar a todos os novos super-heróis quem era o maioral. Desde então, ele manteve-se como o mais popular herói patriótico do mundo.
A reinvenção FDP:
Aquele momento em que ele desistiu da parte "América" e se transformou em um super-herói genérico de merda:
Sim, por um tempo, o Capitão América trocou seu nome, traje e escudo e tornou-se... um outro personagem obscuro da Marvel com quem ninguém se preocupa. Tudo começou bem no meio da versão Marvel do escândalo de Watergate, em que o presidente Nixon é exposto como um criminoso e estoura os miolos na frente do Capitão América. Nosso herói fica tão chocado e desiludido que joga seu traje e sai do patriotismo.
No entanto, depois de alguns meses de desemprego Steve decide que ainda quer ser um super-herói, e assim começa a pensar em uma identidade que irá refletir sua nova atitude ...
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