quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Top 5: Eventos assustadores previstos pelos quadrinhos


Um monte de merda acontece nas histórias em quadrinhos. E um monte de merda acontece na vida real, por isso, de vez em quando eles são obrigados a coincidir, certo? Isso ainda não explica como algumas coisas esquisitas dos quadrinhos ficaram tão certinhas na vida real. Como...


5º lugar: A CRIAÇÃO ULTRA-SECRETA DA BOMBA ATÔMICA 
Uma história do Super-Homem de 1945 mostrou Lex Luthor criando um novo dispositivo estranho pra gerar o caos em Metrópolis.

Esse é o enredo de metade dos quadrinhos em que Lex Luthor aparece - a diferença dessa vez foi que a invenção maluca de Luthor, uma "bomba atômica", acabou no mundo real. 
Definida pra operar no final de 1944, quase um ano antes o mundo descobriu que uma bomba atômica era uma grande sacada.

Enquanto o gibi estava sendo escrito, os cientistas estavam trabalhando secretamente na primeira bomba atômica. Pra manter o sigilo do projeto, o Departamento de Defesa mandou a DC eliminar a história. Sim, aparentemente o Pentágono temia que os japoneses vissem os quadrinhos e pensassem: "Puta merda, isso é real?" e, em seguida, construíssem cúpulas anti-nucleares em torno de todas as suas cidades. Ou algo assim.
Agora, o governo, sendo o governo, não disse pro pessoal da DC por que eles queriam os quadrinhos eliminados. Pra todos na DC, o gibi foi eliminado porque J. Robert Oppenheimer estava secretamente trabalhando em um Super-Homem. Eles não souberam por mais de um ano que uma verdadeira bomba atômica estava sendo desenvolvida e, mesmo assim, a verdadeira bomba atômica e a de Luthor não eram parecidas.
Uma não tinha nada a ver com a outra.

O que é assustador:

Mencionei que a DC não tinha idéia do que tinha feito de errado... e é exatamente por isso que, alguns meses depois, eles fizeram de novo. Uma história na tira de jornal do Super-Homem mostrou um professor de física acertando ele com um ciclotron (um tipo de acelerador de partículas) pra descobrir se ele era realmente tão invulnerável como dizia.
Isso foi em abril de 1945, apenas quatro meses antes de Hiroshima e Nagasaki, quando o Projeto Manhattan tinha chegado a um estágio tão crítico que qualquer coisa relacionada à energia atômica estava sendo censurada pelo governo. Mas por causa da natureza diária da tira, no momento em que o serviço secreto contatou a DC os primeiros capítulos já haviam sido enviados pra vários jornais do país. Era tarde demais pra impedi-los de imprimir as tiras, e é por isso que hoje nós vivemos em um mundo dominado pelos nazistas. 
Na verdade, não. Os japoneses não foram avisados da energia atômica na tira do Super-Homem, talvez porque estivessem muito distraídos preparando mecanismos de defesa contra o Popeye. Ainda assim, o Serviço Secreto forçou a DC a abortar a tira do ciclotron. Assim, em vez de levar a história da energia atômica pra um final, ela terminou quando o Super-Homem decidiu jogar um jogo de beisebol com ele mesmo. 
Assim, dentro de um período de alguns meses, dois roteiristas diferentes que trabalhavam com o mesmo personagem tiveram problemas com o governo por tentar estragar sem querer o mesmo projeto secreto do governo - e um deles realmente fez isso. O Departamento de Guerra pediu pra DC monitorar suas próprias histórias em quadrinhos a partir de então, ignorando o fato de que, nesse ponto, a DC teria que ter acesso Nível 1 no Pentágono pra saber o que o Super-Homem podia ou não fazer.


4º lugar: O DESASTRE DO CHALLENGER 
Em 1986, John Byrne escreveu e desenhou uma minissérie chamada "The Man of Steel", atualizando o Super-Homem pros anos 80. 
Ele agora usa tênis.
Na primeira edição, o Super-Homem deveria fazer sua estréia pública, salvando um ônibus espacial da NASA que deixa de funcionar no meio de Metrópolis.
E é aqui que fica estranho: Super-Homem "supostamente" iria salvar a nave da NASA, porque, enquanto Byrne estava terminando de desenhar a edição, aconteceu isso: 
Em 28 de janeiro de 1986, o ônibus espacial Challenger se desfez logo após o lançamento, matando toda a tripulação. Teria sido um pouco cruel mostrar o Super-Homem evitando facilmente uma tragédia da vida real logo depois que ela aconteceu, então Byrne redesenhou rapidamente as páginas que mostram o ônibus, substituindo por uma "nave experimental." 
Claro, já que as páginas foram redesenhadas antes que alguém pudesse vê-las, Byrne não tem como provar que ele realmente tinha feito um ônibus espacial. O que chegou ao público foi essa aeronave completamente estranha.
Não sou perito, mas como esse trambolho se mantém no ar com aquelas asinhas?

O que é assustador:

A razão do Super-Homem salvar o ônibus em primeiro lugar foi porque (como sempre) Lois Lane estava a bordo. Ela era a única não-astronauta a bordo, uma jornalista pra cobrir o caso, e teria morrido se o Super-Homem não agisse.

Para aqueles que não se lembram, a razão pela qual todos ficaram colados na TV quando o Challenger explodiu foi porque a tripulação incluía Christa McAuliffe, que: a) não era uma astronauta e b) estava em tudo quanto era entrevista antes da nave decolar. Ela era professora e foi a primeira a participar do programa da NASA Professor no Espaço.
A única coisa que o gibi errou foi a profissão exata da mulher não-astronauta que estava a bordo durante o acidente.


3º lugar: O BLECAUTE DE NOVA YORK DE 1977 
A Marvel gosta de se gabar que seus gibis sobre homens superpoderosos em colantes são muito mais realistas do que os gibis da DC sobre homens superpoderosos em colantes, começando com o fato de que a Marvel se baseia em cidades reais, principalmente em Nova York. Mas os leitores que pegaram esse número de “Marvel Team-Up” de 1977 podem ter pensado que era realista demais.
Não é por causa da mulher com asas de inseto, já vou adiantando.
No gibi, o Homem-Aranha e a Vespa lutam contra Equinox, um vilão capaz de disparar fogo dos braços. Como o vilão tumultua Nova York, iniciando incêndios e arrepiando os policiais, uma de suas explosões atinge um edifício, gerando um curto-circuito no transformador e causando um apagão na cidade.
Se isso não é muito realista pra você, veja isso: a edição saiu na mesma semana que o apagão de 1977 em Nova York, que afetou a cidade entre os dias 13 e 14 de julho. Não tinha havido um apagão em Nova York desde 1965 e não haveria outro até 2003, por isso foi uma enorme coincidência.
Se você olhar para a capa, ela mostra "agosto", porque os quadrinhos geralmente são liberados um ou dois meses antes da data de capa. E mesmo que o gibi tivesse saído em agosto, ele ainda teria de ser terminado vários meses antes, o que significa que não poderiam ter conhecimento do apagão quando o escreveram.
Ao contrário dos outros dois apagões, aquele de 1977 teve saques em toda a cidade, incêndios e mais de 500 policiais feridos. Infelizmente, os cidadãos de NY pegaram esse gibi pra poder relaxar e viram exatamente a mesma coisa que estava acontecendo ao redor deles: o gibi previu um grande blecaute que cobriria a cidade de confusão, com policiais lutando por suas vidas.

O que é assustador:

Outro ponto importante é que o artista que desenhou esse número não era de Nova York. Na época ele vivia no Canadá. O nome dele é John Byrne... o mesmo cara que iria escrever e desenhar o gibi do Super-Homem com o ônibus da NASA.
"Nas horas vagas sou cartomante."


2º lugar: A MORTE DE LADY DI 
Cada super-herói que vale alguma coisa tem que morrer e voltar dos mortos em algum momento. Em 1997 foi a vez da Mulher-Maravilha, então a DC fez uma história em que ela entra em coma místico, morre e depois ascende pra se tornar uma deusa do Olimpo. A capa de “Wonder Woman 126” foi uma falsa manchete de jornal anunciando a morte da princesa Diana de Themyscira (ela realmente morre na edição seguinte). 
Você provavelmente não ouve as pessoas referindo-se à Mulher-Maravilha como "Princesa Diana" muitas vezes, mas é como a capa da edição a chamou. E isso foi realmente lamentável, porque três dias depois que o gibi saiu, a princesa Diana de Gales morreu em um acidente de carro. 
"Oh, não. Peraí... qual delas?"
A edição seguinte (finalizada meses antes) inclui a frase "Princesa Diana está morta", mas termina com uma nota da Mulher-Maravilha tranquilizando a todos de que ela está bem. Esse número, por outro lado, termina com seus amigos e familiares muito tristes por ela ter sofrido uma morte lenta e dolorosa. Então, por uma semana todos os jornais do mundo ficaram assim: 
E a DC castigou a todos imprimindo uma capa que ficou assim:

O que é assustador:

Os observadores cuidadosos podem ter notado um detalhe perturbador na imagem acima: 
Sim, esse gibi foi feito pelo mesmo cara das duas posições anteriores, 20 anos após o apagão de Nova York e 11 após o Challenger. Ele também previu um terremoto no Japão em uma edição de X-Men. 
Byrne não previu nenhum desastre nos últimos anos, mas fiquem atentos para suas próximas histórias.


1º lugar: OS ATAQUES DE 11/09 
Esse número mostrou as conseqüências de uma invasão alienígena em Metrópolis, e incluiu essa imagem: 
Isso mesmo, essa imagem apareceu em um gibi do Super-Homem que saiu no dia seguinte aos ataques. Na verdade, deveria ser o edifício da LexCorp, que é uma única torre em forma de um L gigante.
Assim, eles não só escolheram o pior ângulo possível pra descrever o dano... eles fizeram isso em uma história que saiu em 12/09. Obviamente não havia nada que a DC pudesse fazer pra tirar o gibi de circulação. Eles recolheram os gibis, mas poucos ou nenhum foram realmente devolvidos porque as pessoas entenderam que essa era só uma infeliz coincidência e não culpa da DC.

O que é assustador:

Outras partes do gibi mostram o impacto da invasão alienígena em diferentes partes do mundo, como a Austrália... 
Washington... 
E as Torres Gêmeas...
Só falta verificar se os pontos de impacto também são os mesmos.
Portanto, fique atento a catástrofes nos gibis. Quem sabe você evita de estar nelas. See ya later...